segunda-feira, 7 de maio de 2012

Véspera de prova

Sabe qual é a diferença entre mim e a grande maioria das pessoas que eu me relaciono? É que eu me afasto quando percebo que tou magoando. Quando a outra parte, sequer percebe que estão acabando comigo. E continuam...


Meu alter-ébrio habitual se manifesta agora de forma melancólica pela primeira vez no blog. Realmente cá estou com meus pensamentos etílicos e tenho prova amanhã. Provo alguma coisa todo dia, nem que seja pra mim mesma. Tem mais.

Boa noite.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Over futile odds

Será que a felicidade depende de uma oportunidade, de sorte, jogo de azar ou teria dedo divino em tudo isso? Acredito que existam pessoas infelizes pelo mundo e que nunca tiveram oportunidades de levarem uma vida minimamente satisfatória. E mais uma vez aquele papo de "será que existe alguém totalmente satisfeito com tudo?". Creio que se existe, está morto.
Não preciso dizer que estou sofrendo devidamente insatisfeita com o caminhar das coisas, pois, já estou escrevendo. Não acho o sofrimento uma coisa 100% ruim ou completamente digna de compaixão. O sofrimento é um direito e uma forma de perceber que se está vivo. No caso de sofrer por amor, é uma forma platônica de se tentar concretizar esse amor que não pode (mais) ser expressado. Se você sofre por amor, logo você ama. Amor, essa minha aposta perdida.
Tenho me sentido apaixonada, mas meu romantismo não me comove. Sinto mais saudades de qualquer sentimento que se assemelhe a paixão. Insatisfação com o presente, carregada de remorsos do passado e covarde com o futuro. Que conjugação de vida medíocre. E esse é o meu inverso de superação.
(...)


Talvez esse texto encha o ego de alguém e talvez magoe alguém, mas acreditem: doeu mais em mim. Não sou a dona das dores do mundo, mas esse sapato aqui tá apertando é no meu pé. Não vivo pra me queixar, acho um atraso de vida,  porém às vezes preciso desabafar. E meu corpo sentiu necessidade e exigiu coragem do consciente exausto pra tentar esvaziar um pouco essa mente cansada. De imediato, tentativa frustrada.

Eliza Nayonara S. Maruí [03.05.2012]

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Oportunidades



O problema das pessoas é que elas querem oportunidades demais. Oportunidade de nos machucar, oportunidade de se redimir, oportunidade de se prender e oportunidade de se libertar. Oportunidade de terem oportunidades. Oportunidades para si. E, às vezes, acabam se machucando e ainda sim, se redimindo. E se prendendo quando queriam liberdade.
Talvez devêssemos buscar a oportunidade do merecimento, da gratidão e da plenitude. Talvez essa seja a única forma de buscarmos oportunidades sem sermos oportunistas.
Talvez.

13.01.2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

TIC TAC TIC TAC


Criar expectativas é correr o risco de semear um espinho na carne. Pode incomodar. Muito. É doloroso você ver todos aqueles planos que você fez de olhos brilhantes, escorrendo como água em suas mãos atadas, sem você poder fazer nada. E você é seu mais fiel espectador, de olhos fechados. Mas pra que tanto você, se não estamos falando de você, estamos falando de mim, né? Faço jus ao egocentrismo à mim empregado, mas só em noites de lua crescente.

Esperar, por quem sabe, um futuro que me faça transparecer felicidade com um peso de vida branca e preta. Algo pra somar comigo. Soma. Acho uma mazela da humanidade sempre querer somar, é óbvio que ninguém gosta de subtrair, abstrair, diminuir de si, mas quem é sã suficiente pra buscar apenas a simplicidade de um equilíbrio? Instinto ambicioso do homem.

Ah, e não pensem que eu anseio que esse futuro seja fácil, quero que seja difícil pra que eu não cometa o erro de não dar seu valor justo, nem mais e nem menos.

Maldito melodrama... Espero que seja tão breve quanto essa prévia de pensamento matinal. E levo com bom humor, como quase tudo na minha vida, a ciência de saber que os mesmos motivos que me fazem sonhar, são as mesmas razões da minha insônia. Esse universo contraditório me fascina.

Agora se me permitem, vou estudar pra minha prova de quarta, porque estou visivelmente com meu psicológico tão abalado que até citei matemática nesse texto. Ave Maria. Risos.

domingo, 19 de junho de 2011

O evitava viver da Eliza Lispector



Mais uma noite de insônia, mais uma noite em claro. Tento não levar meus problemas para a cama, mas acho que esse é um dom que eu possuo. E entenda como quiser.

Ah, memória... inimiga mortal do meu sono.

Não é a primeira vez que me pego ouvindo o velho de grandes olhos azuis, Chico Buarque, vendo fotos, mergulhando em belos sorrisos alheios, me martirizando na nostalgia e na dúvida de que se talvez eu tivesse me sacrificado mais, poderia ter sido diferente. Mas por que o sacrifício teria que partir de mim? Eu não sei, eu só sei, que eu cansei, enfim... Arrependimentos e remorsos são coisas que não combinam com minha personalidade intolerante, serena e quem sabe, intensa. Sei que fui até onde pude ir. Irrita-me só em pensar que posso não ter sido forte o suficiente, mas suicídio emocional não é meu forte e pagar pra ver nem sempre é um preço justo. Também não quero estender esse texto aos extremos das possibilidades.

Bah! Mas são tantas possibilidades, não é mesmo? É impossível não pensar nesse universo paralelo que te dar curiosidade e sede de viver. Falo isso porque tais sorrisos que mergulhei não possuem apenas um rosto como morada, mas vários rostos, vários corpos, vários donos, vários corações e vazios corações. O que aumenta ainda mais as minhas cruéis e curiosamente torturosas possibilidades, pois cada sorriso despertava uma essência diferente em mim e tenho certeza que cada um deles me levaria a um caminho completamente diferente. Quantas coisas deixei de viver, quantas coisas deixei de aprender e quantas vezes me poupei sofrer. De fato, eu precisaria de várias vidas pra viver realmente tudo o que eu gostaria. Eis o “X” da questão. Por nos concedido apenas uma vida, temos que ser cautelosos ao tomar decisões para que não venhamos nos arrepender. Aliás, ser cauteloso não significa ser sábio. Sabedoria é a possibilidade de ser feliz. Sorte, se tratando de vida ou o tal do amor, é eufemismo pra incompetência. Então, eu pergunto: será que alguém está completamente livre da crueldade das possibilidades? Será que o mundo anda mesmo satisfeito com suas respectivas escolhas à ponto de não pensar em um “se” distante? Acho muito mais fácil lidar com minhas frustrantes impossibilidades.

Jogo, armo jogadas, estratégias e supero o game over. Tudo sem garantias de um you win. Viver em prol da possibilidade de ser feliz. Sentir ciúmes do que não é meu, é sentir saudades do que não se concretizou, é sentir muito. É sentir. Eu sinto.

Eu e uma mínima porcentagem dos milhões de usuários de suas frases no Orkut entendemos o que Clarice Lispector quis dizer com a já orkutizada e clichê frase que já virou meme, “É estranho sentir saudades de algo o qual eu mal vivi ou evitava viver”.

No mais, a quem estou querendo enganar? Não sou tão humilde assim ao luxo de ser tão insatisfeita com minhas escolhas. Mesmo nas supostas erradas, posso ter sido feliz por um tempo e se quebrei a cara, trouxe comigo ao menos alguma lição. Logo, esse texto é apenas fruto de uma mente confusa e subornada pelo ambiente em que vivo. Aquelas. Dessa vez, acho que ando com um CD do Marcelo Camelo no lugar do cérebro, o que não explica a falta de sono. Risos.